Estamos no quarto e último domingo do tempo do advento e o Evangelho de São Mateus, que nos acompanha neste ano litúrgico, apresenta-nos a figura de José, esposo de Maria, aquele que é convidado por Deus a ser pai de um filho que não é seu. Através de um sonho, José recebe o anúncio da maternidade virginal da sua esposa. Assim como a bem-aventurada Virgem Maria, ao ouvir as palavras do Arcanjo Gabriel, ficou a pensar no significado da saudação que lhe fora dirigida (cf. Lc 1, 29), também nós somos convidados a meditar, neste domingo, o sentido da mensagem que é comunicada ao pai adotivo de Jesus. Perante as dúvidas, incertezas e a vergonha pública, ele é convidado a colaborar com o seu sim. Jesus fica assim associado à linhagem messiânica: José é descendente de Davi. José obedece ao anjo que aparece no seu sonho e toma consigo Maria, grávida por obra do Espírito Santo, como narra o Evangelho de Mateus. É digno de nota que a intenção de Mateus é afirmar a origem divina de Jesus.

Meditamos a vida de um homem silencioso que quase nunca fala expressamente nos Evangelhos, mas obediente. José é um homem que carrega sobre os seus ombros as promessas de descendência, de herança, de paternidade e de filiação. A figura de José, silenciosa, revela grandeza de alma e fidelidade aos planos de Deus.

Na anunciação a José, vemos a virtude da disponibilidade e da escuta. Quando despertou do sonho, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado” (Mt 1,24). Ele ensina-nos a pensar no nosso compromisso com Deus e aos demais irmãos. É admirável a capacidade de fé e a bondade do pai adotivo de Jesus. Mesmo estando numa situação de deceção e tristeza, foi capaz de acreditar numa manifestação divina, que poderia muito bem ser questionada. Podemos dizer que foi através da fé que ele teve força e coragem para aceitar Maria como sua esposa e Jesus como seu filho adotivo.

Neste tempo propício de advento, todos nós recebemos a graça e a missão: a graça de acolher Jesus nos nossos corações e a missão de testemunhar a sua presença entre nós (Emanuel).

Peçamos ao Senhor que a Sua vinda seja uma renovação espiritual entre nós e sejamos instrumentos de Deus no mundo.

Reflexão da Semana

Será que sou capaz de acolher os projetos de Deus mesmo quando implicam um abandono dos meus projetos pessoais?

Votos de uma excelente semana.

O Pároco,
Pe. Andrew Prince