Celebramos neste quarto domingo do tempo comum a Festa da Apresentação do Senhor. É uma festa celebrada quarenta dias após o mistério do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Maria e José, em obediência à Lei mosaica, vão ao Templo de Jerusalém para oferecerem o Menino, enquanto primogénito, ao Senhor (cf. Ex 13,1-2. 11-16) e também para a purificação de Maria (Lev.12,1-8). Nossa Senhora submete-se ao rito da purificação legal, ela que era e será sempre virgem e sem mancha de pecado. Celebramos também neste dia a vida consagrada. Segundo a lei de Moisés (Lv 12,1-8) a mulher que deu à luz um filho era considerada impura durante sete dias e ainda devia permanecer em casa durante outros trinta e três dias (no caso de ter uma menina o período era alargado até aos 80 dias). No fim deste período, a mulher devia apresentar-se no Templo e oferecer um cordeiro em holocausto, uma rola ou uma pombinha em sacrifício de expiação. Se não tinha condições para oferecer um cordeiro, bastavam duas rolas ou duas pombinhas.

O Evangelho deste domingo pode ser dividido em duas partes: na primeira vemos relatada a presença da Sagrada Família no Templo para observar o rito como a lei prescrevia; a segunda parte fala-nos do reconhecimento do Cristo pelos representantes dos piedosos que esperavam a vinda do Messias, ou seja, a consolação de Israel, Simeão e Ana. A festa da presentação do Senhor revela-nos o mistério do Filho de Maria, que veio ao mundo para cumprir fielmente a vontade do Pai.

Simeão apresenta Jesus como “luz para iluminar as nações” (Lc 2,32) e anuncia com palavra profética a sua oferta suprema a Deus e a sua vitória final (cf. Lc 2,32-35). Jesus é a luz no mundo e a Sua presença deve iluminar toda a humanidade. A festa de hoje convida-nos a entregar ao Senhor, uma vez mais, a nossa vida e todo o nosso ser ao serviço Dele. Esta oblação do Filho de Deus, simbolizada pela sua apresentação no Templo, é modelo para todo homem e mulher que consagra toda a sua vida ao Senhor. É também uma festa do encontro: o encontro de Jesus com Simeão e Ana no Templo de Jerusalém é símbolo de uma realidade maior e universal, isto é a Humanidade encontra o seu Senhor. As duas personagens simbolizam os séculos de espera e de fervoroso anseio dos homens e mulheres devotos da antiga aliança. Na realidade, representam a esperança e o anseio da humanidade. Somos convidados a reconhecer em Jesus a nossa entrega à vocação cristã na obediência, fidelidade e na disponibilidade sem qualquer reserva. Devemos acolher e procurar fazer parte desta luz que veio dissipar as trevas.

Pistas da reflexão:

  • Como vivo a minha consagração como cristão?
  • Quais são os obstáculos que dificultam a minha entrega total ao Senhor?

Que sejamos iluminados pela luz de Cristo e que Nossa Senhora das Candeias interceda por nós!
Pe. Andrew Prince