Na Sua vida Pública, Jesus foi muitas vezes criticado por não ser cumpridor da Lei. Foi acusado de Se colocar em cima da Lei, nomeadamente, no que respeita às tradições Judaicas: a lei da purificação, a lei do sábado, etc. As Suas afirmações deram a entender que Ele não veio para revogar a Lei, mas para completá-la. O que é que então significa esta afirmação de Jesus e qual é o Seu sentido de levar a Lei à plenitude? Jesus deu um sentido mais original à lei e estabeleceu o ênfase no bem da pessoa humana. Por isso, convidou os Seus discípulos a viverem o espírito e não a letra da Lei. A nossa obediência à Lei não consta apenas em cumprir cegamente algumas regras exteriores e estabelecidas. É uma entrega absoluta, em que devemos procurar viver corretamente a intenção do Legislador (Deus), isto é, viver o espírito da Lei.

O Evangelho deste domingo oferece-nos uma meditação sobre Jesus e a Lei com alguns exemplos concretos da Tora. São Mateus escreveu para um ambiente Judaico que tinha uma forte ligação com a Lei de Moisés. Portanto, o grande desafio era como reconciliar a Lei antiga com a mensagem de Jesus. Jesus esclarece a Sua posição sobre a afirmação de que não veio abolir a Lei, mas completá-la e explica porque o povo deve acolher a novidade trazida por Ele. Ele cita quatro exemplos da antiga Lei e evoca um sentido mais prático e genuíno da mesma:

1. “Não matarás”: A primeira Lei é sobre a vida humana e as relações cordiais que devem existir entre irmãos. Não basta, por exemplo, não matar; é preciso também evitar palavras de desamor, de ressentimento ou de desprezo para com o próximo. Implica evitar causar qualquer tipo de dano ao outro, agressões, ódio, injustiças, inveja, etc. É preciso ter um bom senso da vida e amar os irmãos sem fronteiras.

2. No segundo mandamento “não cometerás adultério”: Jesus fala do adultério, e pede-nos uma disciplina forte que vem do coração. Devemos purificar as nossas intenções porque das nossas intenções nascem as ações. Jesus convida-nos a uma exigência profunda sobre nós mesmos e vivermos na fidelidade à nossa vocação cristã.

3. O terceiro fala do divórcio: Jesus adverte a indissolubilidade do matrimónio. No diálogo, fidelidade e amor recíproco se constrói uma relação fecunda de amor e felicidade.

4. O quarto e último mandamento fala do julgamento. Jesus ensina-nos a confiança, sinceridade, reconciliação com outros na relação humana.

Nisto, vemos que Lei do Senhor é sagrada e é o caminho da felicidade para todos aqueles que a procuram. A Lei ensina-nos a viver uma vida à imagem do Criador e a sermos sinceros connosco e com outros. A presença de Jesus e a Sua mensagem dão-nos este sinal de paz e de esperança.

Que estejamos abertos à Lei de Deus e procuremos emendar a nossa vida.

Pistas de Reflexão:

  • Como vivo os mandamentos de Deus na minha vida?
  • Será que pedi perdão quando deixei o meu vizinho triste com as minhas palavras?

Uma excelente semana para todos.
Pe. Andrew Prince