Este anúncio fez tremer a fé dos discípulos e ao mesmo tempo nasceu um desânimo entre eles. A Transfiguração foi a resposta certa que Jesus deu perante esta situação de crise, de tristeza e de frustração. Diante dos Seus discípulos no monte Tabor, Jesus antecipou-se à sua glorificação.
Para nós, cristãos de hoje, o que é que nos transmite este texto evangélico da Transfiguração?
A transfiguração mostra-nos um raio de luz na nossa fé. Não seguimos um messias cuja vida terminou com a morte, mas Um que triunfou sobre a morte e venceu o pecado com a Sua vida. Faz-nos entender que os sofrimentos são situações temporárias, tal como a cruz é o caminho para a glorificação. Também prepara-nos para Aquele que nos espera, a nossa plena união com O Pai.
Na Transfiguração, a verdadeira identidade de Jesus foi revelada aos discípulos como o centro de toda a história da salvação, do Antigo Testamento para o Novo Testamento. Moisés representando a lei e Elias representado os profetas. Jesus é a luz do Pai e é a revelação definitiva de Deus. Por isso, a voz do Pai convida todos a escutar Jesus. Ora, escutar Jesus é ser obediente à Sua Palavra e discernir a vontade de Deus para a sua vida.
Além disso, o episódio da Transfiguração mostra a necessidade de estar só com O Pai e enfatiza a importância da oração na vida de cada cristão. Foi no monte, o lugar do encontro com Deus, do silêncio, da paz e do diálogo, que os discípulos Pedro, Tiago e João sentiram um pedaço da glória celeste. Na oração, aproximamo-nos face a face a Deus. A Transfiguração convida-nos a abrir os olhos para o mistério da luz de Deus, presente em toda a história da salvação e conduz-nos a um alto Monte para acolher de novo, em Cristo, como filhos do Filho, o dom da Graça de Deus: “Este é o meu Filho amado: Escutai-O.”
O episódio da Transfiguração convida-nos a pensar no céu como a nossa morada permanente. A nossa vida é um caminho para o Céu. Mas é uma via que passa pela Cruz e pelo sacrifício. Muitas vezes, a nossa vida cristã está permeada de provações. O sofrimento acompanha-nos.
Portanto, a nossa missão é acolher esta luz, renovar a firmeza da nossa fé em Deus e estarmos prontos a servir, particularmente os irmãos mais débeis da sociedade.
Que Deus nos ajude a sermos fiéis à nossa vocação cristã em todos os momentos da vida.
Pistas da Reflexão:
- Como enfrento os momentos mais turbulentos na minha vida?
- Meditar nesta frase durante a semana: “Eles não viram mais ninguém senão Jesus”.
Continuação de boa Quaresma.
Pe. Andrew Prince