A Semana Santa começa no Domingo de Ramos, porque celebra a entrada de Jesus em Jerusalém montado num jumentinho, o símbolo da humildade, e aclamado pelo povo simples que O aplaudia como “Aquele que vem em nome do Senhor”. Esta entrada “solene” de Jesus em Jerusalém foi um prelúdio das Suas dores e humilhações.
Este ano litúrgico caminhamos com o relato do evangelista São Mateus e, em conformidade com a sua narração, contempla na paixão de Jesus o caminho do justo sofredor e, ao mesmo tempo, o começo de um novo mundo. Jesus que foi aclamado pelo povo e será O mesmo que dará a sua vida pela redenção da humanidade. A morte de Jesus inaugura um novo tempo para a história e é portadora da vida em si. A Sua morte não O silencia. Ela já antecipa o anúncio e os efeitos da ressurreição.
O centro da liturgia deste domingo é Jesus que Se humilhou e pela obediência cumpriu a vontade do Pai para nos salvar. No entanto, o caminho escolhido por Ele foi o da cruz, do grande sofrimento e de maior entrega. Para isso, Jesus sobe a Jerusalém para dar pleno cumprimento às Escrituras. Isto é, a morte de Jesus faz parte de um projeto de Deus para a humanidade. Uma subida cheia de amor pensada na missão de resgatar a humanidade ferida pelo pecado.
O relato da paixão do Senhor oferece-nos várias pistas para melhorar a nosso relacionamento com Deus e com o próximo: as nossas traições e negações da fé, do amor de Deus em nós e de não nos contentarmos com aquilo que recebemos de Deus. Meditando a narração da paixão de Jesus é para nós um momento de grande reflexão e um desafio. Trata-se de um convite a optar pelos crucificados, pelos excluídos, pelos marginalizados da história. Não se vence ódio por ódio nem injustiça com injustiça e entendemos que a presença do amor e da paz é que vence os vícios humanos.
A cruz de Jesus é um convite a abandonar os nossos projetos egocêntricos e a pensar no bem comum da humanidade e ensina-nos o caminho da simplicidade, da firmeza e do espírito de entrega até nos piores momentos da vida como o caso desta pandemia.
Nesta subida, em que Jesus carrega consigo as nossas culpas, que sejamos nós também disponíveis a descarregar todo o obstáculo e a segui-Lo com coração purificado. Toda a Sua vida foi uma oferta à humanidade com amor, no amor e por amor.
Peçamos ao Senhor que nos fortaleça no nosso zelo de serviço aos mais desprotegidos e desfavorecidos da sociedade particularmente neste momento de grande necessidade para a humanidade.
Pistas de Reflexão
- Quantas vezes, devido à vergonha, não fui capaz de defender publicamente a minha fé?
- De que forma desejo este ano celebrar a Páscoa?
Votos de uma fecunda e forte Semana Santa.
Andrew Prince
