Professar a Fé no túmulo vazio

Depois dos quarenta dias da peregrinação do deserto (Quaresma) em que procuramos purificar a nossa vida espiritual através do jejum, esmola e oração, eis-nos aqui no nosso destino, isto é, a celebrar a Páscoa da Ressurreição do Senhor. Somos chamados a fazer memorial de um acontecimento ocorrido há mais de dois mil anos. Mas um memorial que dá um outro sentido ao acontecimento. Não é apenas relembrar ou fazer memória dos fatos, é realmente celebrar agora, fazendo presente, atual, tudo aquilo que Deus realizou em outros tempos. Hoje se celebra o grande Mistério, fundamento da fé e da esperança cristãs: Jesus de Nazaré, o Crucificado, ressuscitou dos mortos ao terceiro dia, conforme as Escrituras.

O Evangelho contemplado neste domingo apresenta-nos a primeira visita ao Sepulcro feita por Maria Madalena no primeiro dia de semana. Vemos tanto na primeira leitura como no Evangelho a centralidade da mensagem que é o testemunho que se deve dar de Cristo Ressuscitado. Em outras palavras, da necessidade de se levar esse alegre anúncio a todas as pessoas. Este anúncio alegre da ressurreição, concretamente do sepulcro aberto, garante-nos que o medo, a morte e o sofrimento não podem reinar sobre a existência humana ou seja não têm domínio sobre nós. Garante-nos que devemos apenas ter paciência e confiança em Deus e Ele tratará tudo segundo a Sua vontade e no Seu tempo.

O túmulo vazio não apresentava sinais da morte como lençóis ou o sudário, mas uma mensagem de esperança. Isto é, Jesus não está aqui, ressuscitou como disse. Portanto devemos sempre professar a nossa fé neste acontecimento tão forte que alimenta a nossa vida espiritual porque a ressurreição é o centro de toda a fé cristã. Diante do túmulo vazio alegramo-nos e corremos para anunciar.

A ressurreição é o motivo principal da pregação do Evangelho. O mistério que encheu o coração dos discípulos de esperança e os tornou mensageiros do evangelho da graça foi a visão do sepulcro vazio. Somos chamados a seguir o exemplo do outro discípulo (discípulo amado) que viu e acreditou. Esta é a imagem perfeita do domingo da Páscoa. Façamos deste mistério o ponto fulcral da nossa vida cristã e vivamos para ele.

Que a alegria da Páscoa nos conduza nestes dias e para além deles para sermos testemunhas eficazes do Evangelho. O Senhor ressuscitado é a nossa esperança, é Ele a verdadeira paz do mundo. Que a ressurreição de Cristo dissipe as trevas do nosso mundo e nos ajude a vencer este inimigo invisível (COVID-19).

Rezemos para que a Ressurreição de Cristo nos traga a paz, a saúde, o amor, o convívio fraterno, um sentido comunitário e a bênção.

Pista da Reflexão

• Como é que posso tornar-me um instrumento da ressurreição para a minha sociedade?

Cristo Ressuscitou, Aleluia! Aleluia! Votos de uma Feliz Páscoa para todos!

Andrew Prince