A Liturgia da Palavra neste XVII domingo do tempo comum oferece-nos uma meditação sobre os valores essenciais da vida humana e porque é que devemos correr atrás deles. Através das três parábolas, o tesouro escondido, as pérolas preciosas e a rede para a pesca, Jesus mostra aos seus discípulos que o Reino de Deus é um tesouro que todos os homens de todas as gerações devem apostar para poderem alcançá-lo, pois dele advém a felicidade e a vida plena.

Podemos contemplar primeiro a parábola sobre a rede para a pesca. De fato, é uma parábola que nos aponta para o fim dos tempos e chama-nos à conversão agora. Tal como a parábola do trigo e do joio, a rede apanha bons peixes e maus peixes, mas a separação só é feita pelo pescador no fim da pesca. Convivem no mundo os bons e os maus, mas é só no juízo final que haverá uma separação. Digno dizer que o nosso Deus não quer a morte do pecador, por isso, convida-nos hoje a sermos o peixe bom. A Igreja tem a missão de pescar no mundo e esta foi a missão que Jesus encarregou aos Seus discípulos, serem pescadores de homens (Mt. 4,18-19).

As duas primeiras parábolas, a do tesouro escondido e das pérolas preciosas, ilustram o valor e a essência do Reino de Deus. Nada se pode comparar à sua riqueza e ao seu valor inestimável. O Reino de Deus é um tesouro escondido, mas revelado. Só encontra quem procura. A condição para encontrá-lo é acolher a boa nova de Jesus Cristo e procurar viver com ela. Depois é preciso apostar tudo. A salvação é dom gratuito de Deus por isso foi possível ao homem encontrar o tesouro. Depois de o encontrarmos temos de fazer tudo para mantê-lo. O negociante da parábola deixa-nos com um sinal: é preciso procurar necessariamente aquele que dá sentido à nossa vida e assim sermos conduzidos às alegrias eternas.

Além disso, há uma atitude a aprender nas parábolas do tesouro escondido e das pérolas preciosas. Em ambas, o homem foi vender tudo o que tinha para adquirir o valor supremo. Somos, portanto, chamados a enterrar tudo o que serve como obstáculo na aquisição deste tesouro, os nossos pecados, os nossos valores anti-humanos como o egoísmo, a prepotência, o comodismo, os ciúmes, a inveja, etc. E amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Que Deus ilumine a nossa inteligência para podermos descobrir onde está este tesouro e o procurarmos.

Pistas de Reflexão

  • Qual é o meu maior tesouro na vida?
  • Que valor tem a comunidade cristã na minha família?

Desejo-vos um bom domingo e uma boa semana.
Pe. Andrew Prince