Meditamos na Liturgia deste vigésimo sexto domingo do tempo comum a Parábola dos dois filhos. São Mateus mais uma vez enriquece hoje a nossa celebração com esta parábola contada por Jesus. Um proprietário da vinha que tinha dois filhos. Pediu a eles que fossem trabalhar na vinha. O primeiro disse que não iria, mas, arrependeu-se e foi. O segundo respondeu que iria, mas acabou não ir. Então Jesus interroga os ouvintes: “Qual dos dois realizou a vontade do pai?” Responderam que foi o primeiro. Depois Jesus fez uma afirmação tão forte: os publicanos e as mulheres de má vida irão diante de vós para o reino de Deus. No tempo de Jesus, os cobradores de impostos eram totalmente desonestos. Não se poderia ouvir ofensa maior. Ser colocado atrás, por pessoas de má vida? O maior pecado dos sacerdotes e dos anciãos do povo era a incoerência entre o dizer e o fazer, ou seja, palavras e atos. Dizem, mas não fazem.

Nos versículos anteriores, 23-27, Jesus foi questionado no templo sobre a Sua autoridade de realizar tais ações e esta parábola surge como uma resposta indireta aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos. Vemos nesta parábola que o filho mais velho mostra a figura dos pecadores, publicanos, pagãos, prostitutas que se convertem ao ouvir a Boa Nova de Cristo, que tanto João Batista como Jesus anunciaram. O filho mais novo é a figura dos chefes do povo e os sacerdotes que se achavam justos e não não se convertem. Representa os Israelitas que ao invés, aceitaram deliberadamente fazer a vontade divina, mas, na verdade, não a realizaram.

A parábola, em primeiro lugar, adverte-nos para que cuidemos tanto da nossa imagem interior como cuidamos da nossa imagem pública. Procuremos agradar apenas a Deus. Os Sacerdotes procuravam exibir uma boa imagem diante do povo, tal como fez o segundo filho, que respondeu afirmativamente ao Pai mas não foi trabalhar para a vinha. O querer ficar bem na fotografia mostra publicamente que é bom mas na verdade não é. O cristão deve procurar viver a sua verdadeira identidade. Em segundo lugar, devemos criar uma coerência entre o dizer e o fazer. É sempre fácil fazer belas promessas e proferir belas declarações. O que conta são os actos. Dizer sim a Deus significa renunciar aos próprios pensamentos e mentalidades e aceitar segui-Lo com todo o coração, numa boa disposição. Além disso, a parábola ensina-nos que o critério para ir trabalhar na vinha do Senhor não depende de quem se acha justo mas de quem se julga pecador e que procura a conversão e está disposto a mudar a sua vida.

Precisamos de nos colocar diante de Deus para obtermos o verdadeiro arrependimento. Que Deus nos conceda a humildade e a simplicidade para tal caminho.

Pista de Reflexão: Que tipo de filho sou? Medite, durante a semana, na sua imagem de cristão à luz da atitude dos dois filhos do proprietário da vinha.

Uma semana abençoada para todos.
Pe. Andrew Prince