Refletimos neste vigésimo oitavo domingo do tempo comum a parábola sobre «um rei que preparou um banquete nupcial para o seu filho». O evangelho começa comparando o reino dos céus a um banquete de casamento organizado por Deus. O casamento é sinónimo de alegria e felicidade. Deus quer que sejamos felizes e convida-nos a compartilhar a Sua vida, a Sua mesa e a Sua alegria. Esta temática foi a mensagem central da pregação de Jesus. Deus convida-nos à missão e pede o nosso sim afirmativo para podermos colaborar com dedicação e alegria nesta missão.

Na parábola, há uma referência a quem recebeu o convite mas desistiu à última da hora pelas preocupações e interesses pessoais. Estes referem aos sacerdotes e anciãos do povo que já não têm tempo para Deus. Somos convidados por Deus para o Seu reino, mas só entra quem está disposto a abandonar os seus interesses e esquemas da vida pessoal para se dedicar à missão através da escuta da Palavra.

A segunda parte da parábola apresenta-nos o convidado sem traje ou veste nupcial e o espanto do rei. Porquê esta reação? Qual era a cultura em vigor? O que é que Jesus nos deseja ensinar?

No Oriente, quando um rei dava um banquete, enviava aos convidados as roupas necessárias para a festa, para que a uniformidade, no modo de trajar, realçasse o brilho dos festejos, encobrindo também, aos olhos de todos, a desigualdade social dos convidados. Não basta aceitar o convite, é preciso viver segundo a lógica do Evangelho, ou seja, não é suficiente ser chamado cristão ou batizado, é preciso viver com esta identidade. Mudar o comportamento e a mentalidade para corresponder ao novo chamamento. Quando Deus nos chama à fé, dá a cada convidado uma veste nupcial – a graça do batismo. O traje nupcial são as obras a que cada cristão é chamado a viver quotidianamente. São Gregório Magno diz que “as bodas são as bodas de Cristo com a sua Igreja, e o traje é a virtude da caridade: entra, portanto, nas bodas, mas sem o vestido, quem tem fé na Igreja, mas não possui a caridade” (In Evangelia homiliae, 36).

O Evangelho desafia-nos a tomar consciência da maneira em que vivemos a nossa vocação cristã e a testemunhar seriamente os nossos compromissos cristãos. E precisamos vestir e estar com o traje nupcial, que é a adesão a Cristo pela fé, pelo amor e pela conversão.

Que Deus nos dê a força para vestir sempre o traje nupcial.

Meditação da semana: ainda tem o seu traje nupcial?

Votos de uma semana cheia de ânimo e amor para todos.
Pe. Andrew Prince