A celebração do Natal leva-nos ao encontro de uma família. Jesus nasceu numa família humana para nos indicar a Sua humanidade; partilhou a condição humana menos no pecado. Por isso, neste domingo dentro da oitava de Natal, a Igreja convida-nos a celebrar a festa da Sagrada Família: Jesus, Maria e José. E foi uma família humilde, simples e bela. Torna-se para nós o modelo perfeito para as nossas famílias. Ele quis nascer numa família, quis transformar a família num presépio vivo.

O Evangelho contemplado neste domingo é o da apresentação de Jesus no templo e a purificação da Virgem Maria que acaba de ser mãe. A lei Judaica, chamada “a lei de primogénitos”, estipula que todos os primogénitos devem ser oferecidos ao Senhor (Ex.13,1-16). A mesma lei determinava uma purificação após a maternidade ( Lev.12,1-8). Maria e José levam Jesus ao templo para cumprir este preceito do Senhor ao Seu povo. A oferta dos pobres pela purificação da mãe consistia em um par de rolas e duas pombinhas. No templo são mencionados duas figuras importantíssimas e as suas profecias sobre o Menino e a Sua Mãe. Simeão, o velho e a Ana Profetisa, pessoas cheias de fé, de esperança e de um coração vigilante. Simeão esperava a consolação de Israel e a Ana anunciava. Simeão recebe o Menino em seus braços, acolhe com encanto a maravilha daquela Vida que estava junto do Pai e agora Se manifesta ao mundo. Os dois exultaram de alegria ao verem cumpridas as profecias do Senhor já vindas do Antigo Testamento. Esta alegria de receber Jesus nos seus braços e este gesto de acolhimento são dignos de meditar nas nossas comunidades cristãs.

Que as nossas comunidades sejam lugares onde se possa sentir a paz e a alegria de vivermos a nossa fé. Que nas nossas famílias também sejamos chamados a acolher o nosso irmão e lhe mostremos o amor e o carinho. O nosso mundo precisa de pessoas que abram os seus corações e acolham os seus irmãos, particularmente os mais frágeis e necessitados.

Esta experiência no templo, em torno da Sagrada Família, mostra-nos como deve ser vivida a vida familiar na nossa geração:

  • Uma família que cumpre a vontade ou a lei do Senhor;
  • Uma família em que a oração ocupa o seu centro. Por exemplo, como nos faz bem pensar que Maria e José ensinaram Jesus a rezar as
    orações. A família é a escola das virtudes e o lugar habitual onde devemos encontrar Deus.
  • Uma família que saiba resolver os seus desafios à luz da Palavra de Deus. A fé e a esperança têm de manifestar-se na serenidade com que se encaram os problemas, pequenos ou grandes, que surgem em todos os lares, no ânimo alegre com que se persevera no cumprimento do dever.

Peçamos ao Senhor a força de imitar a Sagrada Família e de transformar as nossas famílias em igrejas domésticas.

Pistas de Reflexão

Votos de um Santo Natal repleto de paz, amor e alegria.
Pe. Andrew Prince