Uma das questões preocupantes para a Humanidade é a do sofrimento humano face à misericórdia infinita de Deus. A palavra de Deus confronta-nos, hoje, com uma situação inevitável da existência humana, e muitas vezes impossível de superar: o sofrimento. Todos os dias tropeçamos, fisica ou moralmente, seja na própria carne ou na do próximo.
O Evangelho de hoje apresenta três pequenos episódios na vida de Jesus e a Sua intervenção libertadora na Galileia: a cura da sogra de Pedro, a cura de pessoas com várias doenças e a oração e missão de Jesus. O tema central da Liturgia da Palavra deste domingo V do tempo comum pode resumir-se numa pergunta: qual é a atitude ou a posição de Deus diante do sofrimento humano ou dos problemas da existência humana? O Evangelho fornece-nos uma chave para esta pergunta existencial e estabelece que Jesus veio com a missão de restaurar a vida.
O primeiro episódio descreve Jesus em casa de Pedro, onde a sogra se encontrava doente na cama. São Marcos utiliza três frases para transmitir a sua mensagem principal nesta perícope: Jesus ouviu a sua situação e aproximou-se dela. Depois tomou-a pela mão e ela sentou-se e, por fim, a mulher curada começou logo a servir. Temos, portanto, os verbos aproximar, levantar e servir que definem Jesus como Aquele que dá a vida plena ou definitiva a quem está impedido de viver devido a alguma condição na vida. Diante dos problemas humanos, Jesus aproxima-Se, dá a mão e uma vez curados devemo-nos tornar discípulos da Boa Nova da Libertação. O cristão é chamado a servir os seus irmãos à imitação do Mestre Jesus Cristo.
Jesus preocupa-se connosco e, por isso, devemos também ter a vontade e a disponibilidade de O procurar. Assim, no segundo episódio, encontram-se muitas pessoas com várias doenças que necessitam da cura. Aqui contemplamos a resposta de Deus perante os males que perturbam a Humanidade. Deus não é insensível à nossa dor e sofrimento. Servir a Jesus é libertar o Homem.
No último episódio, Jesus retira-se para um lugar ermo, o lugar do encontro e da intimidade com Deus, para estar com o Seu Pai. A missão de Jesus foi uma missão sem fronteiras. A oração faz-nos beber da fonte da nossa espiritualidade onde obtemos a força e graça para o combate aos males da vida. Ser discípulo do Reino de Deus é estar disposto a ir a todos os cantos do mundo, particularmente, onde a Igreja tem dificuldade em arranjar obreiros. Devemos enterrar o nosso egoísmo e sair da nossa zona de conforto.
Peçamos ao Senhor que nos ajude a acolher com fé e amor a Boa Nova para nos sentirmos verdadeiramente entusiasmados para o Anúncio do Reino de Deus.
Pistas de Reflexão
- Como falar de Jesus a algum irmão doente? Veja o exemplo dos discípulos que falaram da doença da sogra de Pedro a Jesus. Procure, durante esta semana, dirigir uma palavra de conforto a alguém doente.
- De que forma posso ser solidário neste tempo de pandemia? A mulher curada começou a servir.
- Qual é a minha visão da missão? Será que a entendo como um campo sem barreiras ou algo limitado?
Um bem-haja a todos e que Nossa Senhora da Graça de Tires interceda por nós.
Pe. Andrew Prince