Neste V domingo do Tempo Pascal, Jesus utiliza uma imagem tão bela: a da videira e dos ramos, para descrever como deve ser a relação do cristão com Ele e com o Seu Pai. Os ramos são ligados à videira. A imagem da videira era muito comum entre os judeus e muitos tinham-nas junto das suas casas para usufruir da sua sombra e dos seus frutos (uvas). Também representava o povo de Israel que Deus tanto cuidou para poder dar bons frutos, mas deu frutos amargos. Agora, com o mistério pascal, passagem da morte à vida, o próprio Jesus torna-se a videira e todos os discípulos são os ramos. No Evangelho, João fala-nos da videira que é Jesus e do Agricultor que é o Pai. Jesus é a verdadeira Videira porque só Ele produz os frutos desejados pelo Pai, ou seja, a justiça, a retidão e o amor. E nós poderemos dar frutos enquanto ficarmos e permanecermos ligados à videira.
A maior preocupação do agricultor (Pai) é ver o crescimento e a colheita dos frutos da videira, por isso, faz tudo para garantir esta finalidade. Ele corta e limpa (poda) para que dê ainda mais frutos. Ele fá-lo para que ela dê frutos excelentes e abundantes. A poda é um reforço e não um desejo de ver a videira sofrer. Não é castigo ou provação, mas sim graça. É fruto da Palavra de Deus, porque cada vez que a palavra é proclamada, vai direitamente à vida, às atitudes da pessoa e provoca uma conversão no coração de quem se deixar seduzir por ela.
Os ramos apenas têm vida enquanto permanecem ligados à videira. Embora o batismo nos introduza nesta relação com a videira, precisamos de nos manter unidos à videira para podermos dar os frutos que o Pai deseja. O princípio fundamental da vida cristã é partilhar a vida de Cristo, viver o Seu rosto no mundo. Por isso, em Antioquia, pela primeira vez, os discípulos foram chamados de cristãos. Aqueles que não apenas seguem Cristo, mas partilham a Sua vida.
Qual é então a identidade do ramo? O que é nos classifica como ramos ligados à videira? Jesus (videira) convida-nos a escutar, guardar e viver as Suas palavras para poder dar frutos. Sem a graça de Deus, não conseguimos produzir excelentes frutos. Jesus foi enviado pelo Pai para dar a vida à Humanidade. A nossa identidade verdadeira como cristãos depende de uma união forte e viva com Jesus Ressuscitado. É uma união que ultrapassa as palavras para obras concretas a favor dos irmãos. “Eu Sou a Videira, vós sois os ramos.” Nunca daremos fruto se não permanecermos unidos à Videira. É preciso que a seiva circule. Não bastam as obras de piedade exteriores sem uma interiorização, uma oração apressada, a missa dominical. Sim, precisamos, para receber dentro de nós esta Seiva Viva que tudo alimenta e faz crescer. Depois temos de permanecer em Jesus.
Que Deus nos conceda a força e o entusiamo de não desistirmos na vida, para podermos viver unidos à videira.
Pista de Reflexão
- Meditar durante esta semana sobre os caminhos adequados para permanecer na Videira (Jesus).
Uma semana abençoada para todos.
Pe. Andrew Prince, C.S.Sp