Vivemos, ainda, a alegria do Tempo Pascal e o Evangelho que a liturgia deste VI domingo nos propõe dá continuidade ao do domingo passado sobre a Videira e os Ramos. Podemos chamar este Evangelho como o da explicação e aplicação da alegoria da videira, usada por Jesus nos versículos 1 a 8. Estamos, ainda, no capítulo 15 de São João e os versículos que escutamos fazem parte do chamado Testamento de Jesus para os discípulos e para todos os que se tornarem cristãos ou seguidores deste novo caminho. É um testamento essencial repleto de ensinamentos para a comunidade permanecer fiel aos propósitos de Jesus, não obstante as dificuldades e, ao mesmo tempo, para retornar à essência da fé quando se desviar. Convida-nos a meditar o que é que acontecerá para aqueles que mantiverem a união com Cristo (videira).

Os verbos centrais são permanecer e amar. Tal como Jesus permanece no amor do Pai e faz a vontade por excelência ao Pai, o discípulo que ama Jesus deve realizar a vontade Dele através das obras concretas guardando a Sua Palavra. “Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amo” (Jo 15,12). Trata-se do amor que pressupõe o amor de Deus e que deve realizar-se através das nossas obras. Com relação ao amor ao próximo, por exemplo, é muito importante que não sejamos teóricos. O que é necessário para viver a caridade? Deixar-se conduzir pelo Espírito Santo e fazer as obras do Espírito: “caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança” (Gl 5,22-23).

Para viver o amor perfeito, devemos sempre fixar o nosso olhar naquele amor sublime: a entrega do Filho para a Humanidade, isto é, o Mistério Pascal (paixão, morte e ressurreição de Cristo). Amar é dar a própria vida e o mandamento do amor supera todos os outros. Esta é a dívida que cada cristão tem para pagar a Deus através do seu irmão. O amor é a vida de Deus, Deus é amor e Ele comunica este amor aos filhos através do Seu Filho Unigénito, Jesus Cristo. Por isso, fomos eleitos ou escolhidos para amar e o amor deve produzir frutos de alegria, de paz e entrega.

É interessante a maneira como Jesus expressa este sentido de amor aos Seus discípulos. É um amor que se deve cultivar e viver para poder transmitir aos demais irmãos da comunidade. O amor é a única força ou máquina capaz de ultrapassar todas as barreiras e criar um mundo sereno e tranquilo onde a humanidade possa dialogar, confraternizar e construir uma paz sólida.

De que espera para embarcar nesta viagem? Somos amigos de Jesus e Ele mostrou-nos os benefícios do amor e o projeto amoroso de Deus Pai. Jesus entende o Seu amor como um amor entre amigos. Não é um amor que vem de cima, é um amor que vê no outro um igual. E o auge desse amor está na morte de Jesus pelos amigos que somos nós. Devemos sentir fome e sede de amor e buscar sempre todos os caminhos para saciar este anseio, porque o amor produz a alegria.

Que Deus nos conceda um coração pronto para amar e para viver a nossa vocação de amor até ao fim.

Pista de Reflexão

  • Será que me identifico como amigo de Jesus?
  • De que forma vivo esta amizade?

Votos de uma excelente semana para todos e que o amor de Deus reine nos nossos corações.
Pe. Andrew Prince, C.S.Sp