Introdução
1. O sonho missionário de chegar a todos mobilizou a diocese de Lisboa numa caminhada sinodal conjunta, conduzida pelo seu Bispo, em vista de uma transformação missionária da Igreja. Num processo de receção da Exortação Apostólica da Evangelii Gaudium (EG), iniciado em 2014, pretendeu-se colocar a Igreja de Lisboa numa dinâmica de saída missionária: chegando a todas as periferias; fazendo da palavra de Deus o alicerce da sua ação; da oração e da liturgia o centro da sua existência; da caridade o seu modo de servir; e da fraternidade a sua forma de estar e de se apresentar ao mundo. Tendo consciência que a conversão das pessoas e das estruturas não acontece abruptamente, mas de forma lenta e progressiva, a Igreja de Lisboa sente-se agradecida pelo caminho percorrido e pelos frutos recolhidos. Mas, também, reconhece o seu laborioso desabrochar para uma consciência missionária que alcance todas as comunidades, grupos e estruturas eclesiais.
2. A Igreja reunida em sínodo dá graças a Deus por tantos dons recebidos e pelo caminho percorrido. Brotam do seu coração agradecido as palavras do Apóstolo Paulo: “Dou incessantemente graças ao meu Deus por vós, pela graça de Deus que vos foi concedida em Cristo Jesus. Pois nele é que fostes enriquecidos com todos os dons, tanto da palavra como do conhecimento. Assim, foi confirmado em vós o testemunho de Cristo, de modo que não vos falta graça alguma, a vós que esperais a manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo” (1Cor 1, 4-7). A experiência do Sínodo foi um tempo de graça e de comunhão marcado pelo empenho e dedicação de muitos. Desde o bispo diocesano e seus auxiliares, presbíteros e diáconos, consagrados e leigos, aos serviços diocesanos, seminários, comunidades religiosas, paróquias, movimentos e outros, se sentiu que colocar a Igreja em estado permanente de missão é o objetivo maior para todos. Acreditamos que tudo quanto foi realizado contou com a assistência poderosa e discreta do Espírito Santo que nos envia sempre de novo em missão. O tesouro do Evangelho, que anima a vida de cada cristão e de cada comunidade, constitui o que de mais precioso temos e desejamos partilhar com os nossos contemporâneos.
3. O atual contexto cultural da diocese, cada vez mais marcado pela pluralidade, exige que as comunidades cristãs se situem face à urgência de perceberem a forma como podem corresponder à missão que o Senhor lhes pede neste momento da história. Isto requer um contínuo processo de discernimento pessoal e comunitário. Enquanto atitude autenticamente espiritual, o discernimento coloca-nos em sintonia com a voz do Espírito e leva-nos, em fidelidade criativa à missão confiada à Igreja, a encontrar novas estradas por onde anunciar o Evangelho. Neste caminho de escuta e abertura à ação do Espírito, a Igreja reconhece que só em conversão permanente poderá sair corajosamente em missão. Por isso, não pode deixar de proclamar o Evangelho do Reino e de o propor a todos, anunciando a vida nova em Cristo e denunciando o que não dignifica a pessoa humana. A presença dos cristãos nos mais diversos âmbitos da vida, desde a ciência à política, da educação à cultura, da promoção da dignidade da pessoa humana à luta pela justiça, constitui um dos desafios mais urgentes do tempo que vivemos, particularmente na criação de formas de diálogo que apresentem a beleza e a pertinência da mensagem cristã.
4. A vida da Igreja universal empenhou ainda mais a Igreja de Lisboa na concretização dos objetivos do seu caminho sinodal, particularmente com os sínodos sobre a família e sobre os jovens, bem como a publicação das Encíclicas Laudato Si’ e Fratelli tutti e a Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate. O contributo precioso que as comunidades cristãs dão na vivência de uma ecologia integral que defenda a integridade da pessoa humana, enquanto ser de relação, é um dado efetivamente positivo para o todo da sociedade. O chamamento a um novo pacto cultural que integre a memória do passado com os desafios do futuro, tendo a pessoa humana no centro, é um dos reptos que mais desafia a Igreja, quando se verifica a fragilidade crescente dos vínculos familiares e sociais. O anúncio da realização da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa constitui um fator de alegria que responsabiliza a nossa Igreja diocesana. O convite universal à santidade, enraizado na fé, esperança e caridade, constitui o horizonte largo da vida cristã ao alcance de todos, que brilha no rosto de testemunhas concretas.
5. A Igreja de Lisboa continua a partilhar o sonho de uma “opção missionária capaz de transformar tudo” (EG 27). Se o caminho sinodal evidenciou uma tomada de consciência, por parte das comunidades cristãs, que a vocação profética, sacerdotal, real e comunional constitui a sua identidade mais profunda, isso não significa, todavia, que se tenha conseguido já uma plena conversão missionária. A situação progressiva de diáspora a que está votada a experiência cristã no conjunto da sociedade pode fechar-nos num auto-centramento que visa a nossa sobrevivência e auto-preservação. Por isso, exige-se uma nova consciência da vocação missionária da Igreja que a leve a sair de si mesma.
I. Uma Igreja sinodal, convocada e em caminho
6. O caminho sinodal da Igreja de Lisboa foi enriquecido com uma renovada consciência da importância da sinodalidade na vida da Igreja. Como dimensão constitutiva da Igreja, a sinodalidade exprime a sua natureza e identidade específicas. Manifesta «a condição do sujeito que corresponde a toda a Igreja e a todos na Igreja»1. De facto, todos os batizados, constituindo o novo Povo de Deus (cf. Concílio Vaticano II, Constituição dogmática sobre a Igreja, n.º 9 [LG]), participam no único sacerdócio de Cristo (cf. LG 10) e recebem os carismas do Espírito Santo (cf. LG 12). No Povo de Deus profético, sacerdotal e real, todos são sujeitos ativos, discípulos e missionários, chamados a anunciar e a testemunhar o Evangelho. Sendo expressão viva da catolicidade da Igreja, a sinodalidade manifesta o caráter peregrino do Povo de Deus convocado e em caminho ao serviço da missão. Por isso, também para a Igreja de Lisboa, o caminho da sinodalidade é o caminho que Deus lhe abre neste terceiro milénio2.
7. O sínodo diocesano constitui um momento significativo de comunhão eclesial, de escuta, oração, diálogo e discernimento de todo o povo de Deus. Nele se torna visível o mistério da Igreja comunhão, uma vez que, unida a Cristo, ela “é como que o sacramento, ou sinal, e o instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o género humano” (LG 1). Enquanto “vértice das estruturas de participação da diocese”, o sínodo constitui “um acontecimento de graça no qual o Povo de Deus que vive numa Igreja Particular é convocado e se reúne no nome de Cristo, sob a presidência do bispo, para discernir os desafios pastorais, procurar em conjunto os caminhos a percorrer na missão e cooperar ativamente em tomar decisões oportunas na escuta do Espírito”3. O sínodo está ao serviço de uma configuração sinodal das estruturas de comunhão e participação presentes na Igreja particular: o conselho presbiteral e o conselho pastoral diocesano, a cúria diocesana, o colégio de consultores e o conselho para os assuntos económicos.
8. A paróquia constitui um dos lugares privilegiados de vivência da sinodalidade. Enquanto realização visível, próxima e quotidiana da Igreja, constitui o lugar onde “se aprende a viver como discípulo do Senhor no interior de uma rede de relações fraternas nas quais se experimenta a comunhão na diversidade das vocações e das gerações, dos carismas, dos ministérios e das competências, formando uma comunidade concreta que vive solidamente a sua missão e o seu serviço, na harmonia do contributo específico de cada um”4. Na paróquia, a sinodalidade vive-se, particularmente, através do conselho pastoral paroquial e do conselho para os assuntos económicos. Além disso, a paróquia é lugar de vivência de uma cultura sinodal na medida em que fomenta o diálogo, encontro e partilha, se abre a outros dinamismos de sinodalidade pastoral mais alargados que a ajudam a realizar a missão de ser “presença eclesial no território, âmbito para a escuta da Palavra, o crescimento da vida cristã, o diálogo, o anúncio, a caridade generosa, a adoração e a celebração” (EG 28).
9. A sinodalidade é um dos aspetos da conversão pastoral e missionária a que se propõe a Igreja do nosso tempo. “Uma mentalidade eclesial plasmada pela consciência sinodal acolhe com alegria e promove a graça, em virtude da qual todos os batizados são habilitados e chamados a ser discípulos missionários”5. Contribuem para esta conversão sinodal e missionária, a vivência da comunhão e colegialidade entre os pastores; uma circularidade dinâmica entre o seu ministério, a participação e corresponsabilidade dos leigos, e os diversos dons carismáticos, entre os quais as associações, grupos, comunidades, movimentos, institutos de vida consagrada e demais realidades eclesiais; a diaconia social, o diálogo e as diversas formas de promoção de uma cultura do encontro.
II. Uma renovada consciência da identidade e missão da Igreja
10. A caminhada de receção sinodal dinamizou a diocese de Lisboa em torno de quatro números da Constituição Sinodal de Lisboa (CSL): Fazer da Palavra de Deus o lugar onde nasce a fé (CSL 38); Viver a Liturgia como lugar de encontro (CSL 46); Sair com Cristo ao encontro de todas as periferias (CSL 53) e Fazer da Igreja uma rede de relações fraternas (CSL 60). As inúmeras iniciativas desenvolvidas ao longo deste percurso evidenciaram uma maior compreensão da interligação entre evangelização, liturgia e caridade e uma consciencialização da vivência da comunhão eclesial, tanto ao nível das relações humanas, como da coordenação dos diversos âmbitos da ação pastoral. Todavia, subsiste a convicção de que a Constituição Sinodal e a concretização das suas opções pastorais constituem um farol que continuará a iluminar a vida pastoral da diocese.
11. Fazer da Palavra de Deus o lugar onde nasce a fé (CSL 38). Destacou-se a primazia da Palavra de Deus nas ações eclesiais e a familiarização que os cristãos puderam desenvolver com a Palavra de Deus. Encontra-se oferta e procura sustentadas de formação dos leigos tanto ao nível da formação e oração pessoal, quanto à formação específica referente aos serviços que desempenham. De forma particular, a oferta de cursos bíblicos e outras formações cresceu com a pandemia, com especial relevo para a oferta digital, assim como a situação pandémica levou ao reforço da presença da Palavra de Deus na vida dos cristãos. Tem particular relevo a proposta da Lectio divina, instrumento importante para dotar os cristãos da capacidade de alimentar a sua oração e reflexão com a Palavra de Deus. Reforçou-se a presença da Palavra na vida familiar, na evangelização em geral e na catequese em particular, e na liturgia. Neste último âmbito, foi importante a formação específica dada aos leitores em contexto litúrgico. A descoberta ou valorização do Domingo da Palavra foi especialmente importante, assim como os diversos âmbitos de partilha diária das leituras da Missa do dia. O testemunho dado pelos pastores de aprofundamento da Escritura também foi um aspeto importante, ao mesmo tempo que também se assistiu ao surgimento de grupos de leigos para perscrutação da Palavra.
12. Viver a Liturgia como lugar de encontro (CSL 46). A caminhada de receção sinodal acentuou a centralidade da dimensão celebrativa na vida das comunidades. Para tal, muito contribuiu o itinerário formativo promovido pelo Departamento de Liturgia, em diálogo com as vigararias e os párocos, com uma notável adesão dos diocesanos de Lisboa aos diferentes momentos de formação que foram sendo oferecidos com qualidade. Foi possível incrementar nos fiéis a consciência de uma vida eucarística, sustentada e alimentada na celebração litúrgica, com uma maior valorização do silêncio nas celebrações, da vivência do Domingo e da experiência sacramental da reconciliação com o Senhor. Procurou-se promover uma liturgia celebrada de forma mais consciente, preparada com qualidade, geradora da comunhão e capaz de tocar a vida concreta dos fiéis. Ao longo do caminho sinodal valorizaram-se o papel e a vocação dos diferentes ministérios litúrgicos e realçou-se a necessidade da formação litúrgica de toda a comunidade que a renove na forma de celebrar e a prepare para entrar em diálogo com o Senhor e fazer uma experiência de comunhão em Igreja.
13. Sair com Cristo ao encontro de todas as periferias (CSL 53). A vivência deste objetivo foi marcado pela situação pandémica que ajudou a concretizar uma saída missionária em direção a inúmeras periferias existenciais. Acentuou-se, por isso, o papel crucial da Igreja na resposta às necessidades imediatas das pessoas. No que diz respeito à resposta imediata às solicitações verificou-se uma grande disponibilidade por parte das comunidades, também na parceria com outras instituições públicas e privadas. Incrementou-se, ainda, o desenvolvimento de processos de acompanhamento das pessoas e das famílias nas suas diversas situações, integrando as mais vulneráveis, como é o caso das pessoas portadoras de deficiência. Ao nível das Instituições particulares de solidariedade social revelou-se uma maior consciência da necessidade de as instituições sociais trabalharem em conjunto, promovendo interações e sinergias. Sente-se, a este nível, a urgência de uma maior divulgação da ação caritativa da Igreja e um incremento da sua vocação missionária junto das periferias existenciais.
14. Fazer da Igreja uma rede de relações fraternas (CSL 60). O aprofundamento da consciência de pertença à Igreja e a busca da sinodalidade como modelo de construção da mesma foram um fator importante de construção da fraternidade nas comunidades cristãs. As unidades pastorais, a criação e dinamização dos Conselhos Pastorais Paroquiais e dos Conselhos dos Assuntos Económicos e outras iniciativas desenvolvidas nesta caminhada sinodal proporcionaram uma maior participação e corresponsabilidade dos diferentes membros das comunidades. Identificou-se também uma atenção ao acolhimento e integração comunitária, bem como o conhecimento interno das comunidades e de diferentes comunidades entre si. A situação pandémica impulsionou a utilização dos meios digitais e a busca de novas linguagens como promotores da comunhão.
III. Desafios do caminho sinodal
15. No final deste processo de avaliação da receção da Constituição Sinodal de Lisboa, destacam-se alguns aspetos que continuam a desafiar a Igreja de Lisboa:
16. Fazer da Palavra de Deus o lugar onde nasce a fé (CSL 38)
- Descoberta da Palavra de Deus como palavra profética que envia em missão e ao anúncio do Evangelho. Recordando para isso a importância da preparação das homilias como estímulo à atenção dada à Palavra de Deus.
- Iniciação e formação bíblica e doutrinal dos agentes pastorais e das comunidades cristã para que a Palavra de Deus possa ser bem compreendida, acolhida e corretamente transmitida, utilizando para isto também os meios digitais.
- Intensificação da presença da Palavra de Deus na vida pessoal e familiar, procurando chegar às realidades mais arredadas da participação cristã ativa.
- Promoção do ministério de catequista.
- Propor explicitamente a todos a santidade como caminho de vida e itinerário de crescimento, utilizando uma linguagem que chegue ao coração, desperte ao conhecimento de Jesus Cristo e ajude a crescer humana e espiritualmente numa vida construída segundo o Evangelho.
17. Viver a Liturgia como lugar de encontro (CSL 46)
- Intensificação da formação litúrgica dos crentes em ordem a uma tomada de consciência da importância da sua participação ativa na celebração da Eucaristia dominical.
- Premência de manifestar a relação intrínseca entre a celebração da fé e a vida fraterna em comunidade. Consciencialização da centralidade da Liturgia para a vida da comunidade, nos seus diferentes âmbitos pastorais, e para a vida dos crentes.
- Valorização dos ministérios litúrgicos e da sua necessária formação.
- Reforço das celebrações litúrgicas como lugar onde transparece a ação redentora de Cristo e onde se gera a unidade da Igreja, em vez de se tornar palco de divisões e gostos pessoais.
- Maior cuidado na iniciação das crianças e jovens à vida litúrgica.
- Promoção de espaços de partilha de boas práticas.
- Acentuação do lar como espaço de celebração da fé em família e construção da Igreja Doméstica.
- Compreensão da Liturgia como fonte da construção de cada família e de encontro profundo entre os seus membros.
- Reforço da Liturgia como lugar de encontro no contexto de algum afastamento comunitário provocado pela pandemia.
18. Sair com Cristo ao encontro de todas as periferias (CSL 53)
- Vivência da caridade como uma dimensão constitutiva da identidade cristã, pessoal e comunitária.
- Promoção de uma ação caritativa mais ligada à vida das comunidades.
- Considera-se que a ação social da Igreja é um elemento constituinte da vida cristã e que, por isso, se deve cuidar da identidade católica das instituições sociais, da formação dos seus agentes e da sua articulação com a vida das comunidades.
- Perceção da relação existente entre a caridade e a evangelização: a caridade é evangelizadora.
- Adoção de critérios de maior transparência na gestão das finanças da diocese e das paróquias.
- Exigência de propor projetos missionários de saída ao encontro das periferias existenciais e culturais, atendendo aos desafios antropológicos do mundo contemporâneo, cuidando da formação de agentes pastorais e favorecendo os meios necessários.
- Dinamização da formação dos cristãos no seu ambiente de vida e de trabalho.
19. Fazer da Igreja uma rede de relações fraternas (CSL 60)
- Promoção de uma pastoral sinodal que articule os diversos níveis da ação pastoral diocesana entre si e com outros organismos e movimentos eclesiais, procurando o aprofundamento da consciência comunitária como congregadora da diversidade e da experiência crente de cada um dos seus membros.
- Motivados pelo acolhimento da Jornada Mundial da Juventude de 2023, acolher, compreender, integrar e caminhar com as novas gerações, possibilitando que o protagonismo e dinamismo juvenis sejam também promotores das relações fraternas que procuramos potenciar.
- Reforçar as estruturas de promoção da comunhão, fraternidade e sinodalidade entre presbíteros e entre estes e os diáconos. A mesma necessidade se verifica em âmbito vicarial, paroquial e entre agentes pastorais.
- Assumir o papel que a Igreja é chamada a ter na construção da comunidade civil, nomeadamente na atenção às necessidades concretas de cada território e na promoção da fraternidade humana.
IV. Opções pastorais prioritárias
20. Congregada em assembleia de avaliação da caminhada sinodal, na escuta da voz do Espírito Santo que lhe segreda os caminhos da missão, a Igreja de Lisboa ousa lançar-se de novo na aventura da evangelização. Em comunhão com toda a Igreja diocesana, na escuta das aspirações e anseios dos nossos contemporâneos e profundamente unida às suas preocupações, propõe os seguintes desafios:
- Dar continuidade ao processo de receção da Constituição Sinodal de Lisboa, promovendo dinâmicas sinodais e tendo-a como referência para o discernimento dos critérios de ação e para a orientação pastoral da diocese.
- Apostar na pastoral juvenil e universitária, através da criação de espaços de referência, com meios e pessoas, onde se desenvolva uma iniciação à vida espiritual, à prática da oração, ao acompanhamento espiritual e vocacional de jovens e adultos e se aprenda a acompanhar outros.
- Elaborar uma estratégia de resposta aos diversos desafios que enfrentam as Instituições Particulares de Solidariedade Social, tanto do ponto de vista estratégico e administrativo, como do ponto de vista da sua identidade cristã.
- Iniciar um processo de reflexão relativo à pertinência da constituição de unidades pastorais integrando as diversas realidades eclesiais, atendendo a uma provável reconfiguração da pastoral paroquial, com a aplicação de princípios de transparência na gestão dos bens da Igreja.
- Favorecer o dinamismo evangelizador da Igreja diocesana, proporcionando verdadeiras experiências de anúncio do Evangelho no contexto da preparação e vivência da Jornada Mundial da Juventude 2023.
Conclusão
21. No ícone da Visitação da Virgem Maria a sua prima Santa Isabel reconhecemos o grande dom do Sínodo diocesano e a sua relação com a realização da Jornada Mundial da Juventude. Nele, a Igreja de Lisboa “descobre um estilo materno de evangelizar, composto por ternura e afeto, feito de prontidão e alegria, capaz de ‘reconhecer os vestígios do Espírito Santo’ e de ‘contemplar o mistério de Deus no mundo, na história e na vida diária’. Como mãe de coração aberto e atento às necessidades dos irmãos, a Igreja é chamada a ‘sair em direção aos outros para chegar às periferias humanas’ e a ‘ser sempre a casa aberta do Pai onde há lugar para todos’, sobretudo para os humildes, os pobres, os famintos e os fatigados. Com Maria, toda a comunidade diocesana é chamada a festejar cada passo dado em frente na evangelização e a exultar no Senhor que nela ‘manifesta o poder do seu braço’ e realiza maravilhas. Com Maria, principalmente, porque a Ela nos confiou Jesus Cristo e sem Ela nada seríamos nem faríamos como Igreja” (CSL 69).
Lisboa, 19 de junho de 2021
__________
1) COMISSÃO TEOLÓGICA INTERNACIONAL, A sinodalidade na vida e na missão da Igreja, n.o 55.
2) Cf. PAPA FRANCISCO, Comemoração do cinquentenário da instituição do Sínodo dos Bispos (17 de outubro de 2015).
3) COMISSÃO TEOLÓGICA INTERNACIONAL, A sinodalidade na vida e na missão da Igreja, n.º 78.
4) Ibidem, n.º 83. Cf. CONGREGAÇÃO PARA O CLERO, Instrução: A conversão pastoral da comunidade paroquial ao serviço da missão evangelizadora da Igreja, n.º 11-15.
5) Ibidem, n.º 104.