Neste VII domingo do Tempo Comum o Evangelho convida-nos a continuar a meditação do sermão de Jesus na planície (Lc 6,27-38). Depois de Jesus ter ensinado o verdadeiro caminho para a felicidade, enunciando as Bem-Aventuranças, apresenta-nos no Evangelho de hoje uma mensagem forte e chocante. No centro deste ensinamento de Jesus está um convite e um desafio: como devem viver os cristãos ou discípulos do reino? Temos que viver a gratuidade nas nossas relações e este caminho só é possível pelo amor e com amor ao próximo. Portanto, a comunidade humana é transformada pelo amor.

Jesus fala de quatro modos de vivermos como cristãos e de testemunharmos verdadeiramente a nossa identidade: Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, abençoai os que vos amaldiçoam e orai por aqueles que vos injuriam. É assim que o cristão se deve comportar diante de quem pratica o mal. É a novidade do espírito do Evangelho, em vivo contraste com o espírito do mundo.

A Primeira Leitura, do I Livro de Samuel, apresenta-nos David como exemplo de um homem de coração magnânimo. Teve oportunidade de eliminar o seu inimigo, o rei Saul, porém, perdoou-lhe. Nesta leitura aprendemos uma grande lição de misericórdia para reforçar a ideia do Evangelho que diz: “sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso”.

Vivemos num mundo marcado por várias situações de indiferença, violência, abandono, etc. Para isso, temos uma marca a deixar e que consiste em amar até os inimigos. É misericórdia, é confiança nos mais frágeis, é partilha, é serviço, é amarmo-nos uns aos outros, é perdoar, é não julgar os outros, é acolher, é não condenar, é repartir o pão com os indigentes. Somos chamados a trocar a violência e a vingança com o amor e o perdão. Por isso, o importante é acolher sem reservas a regra do ouro, “como quereis que os outros vos façam, fazei-lho vós também”, para construirmos um mundo de fraternidade e de relação mútua. Temos que mergulhar na vida da oração para conseguirmos a força para perdoar.

Que o Senhor nos conceda a fortaleza e a coragem de amar até ao extremo. A medida do amor, é amar sem medida, como disse Santo Agostinho.

PISTAS DE REFLEXÃO

  • Olhando para a minha história da vida, em que momento fui desafiado com o perdão mútuo? Ou seja, o que foi difícil perdoar? Reza pela pessoa que te magoou?
  • Como vivo a misericórdia no meu dia-a-dia?

Uma excelente semana para todos!
Pe. Andrew Prince