Este VI domingo da Páscoa coloca-nos às portas da despedida final de Jesus. No próximo domingo, celebraremos a Ascensão, o momento em que Jesus ressuscitado subiu ao céu à vista dos Seus discípulos; e depois o Pentecostes, o dia em que a Igreja celebra a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos reunidos no cenáculo. Jesus prometeu aos Seus discípulos a Sua presença constante nas suas vidas.
No Evangelho de hoje encontramos três pontos de referência: o amor a Jesus; a promessa do Espírito e a paz do Senhor.

Em primeiro lugar, Jesus disse que “se alguém Me ama, guardará a Minha palavra e Meu Pai o amará, e nós viremos a Ele, e faremos Nele a nossa morada” (Jo 14,21). Só ama a Deus aquele que cumpre os Seus Mandamentos, por isso não há amor sem obras e gestos concretos. A nossa fé deve ter esta dimensão operacional, isto é, transformar as palavras e testemunhos em obras a favor da Humanidade, particularmente aos mais necessitados. Portanto, o código para entrar nesta comunhão com o Pai e o Filho é o amor.
Em segundo lugar, Jesus promete o envio do Espírito Santo na vida dos discípulos. O Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em Meu nome, Ele vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito” (Jo 14, 26). É Ele que provoca o discernimento e a compreensão para que os discípulos possam viver de acordo com os ensinamentos de Cristo e manter firme a fé recebida. É por esta razão que a Igreja, todas as vezes que se reúne à procura da verdade, como nos sínodos, nas eleições eclesiásticas, na ordenações, invoca o Divino Espírito Santo. Na primeira leitura de hoje tirada do livro dos Atos dos Apóstolos, os Apóstolos reunidos em concílio invocam a presença do Espírito Santo: “o Espírito Santo e nós decidimos não vos impor mais nenhuma obrigação…” (Atos 15,28). A Igreja sempre confiou a sua obra ao Espírito Santo e é, por isso, o protagonista da missão.

Por fim, Jesus propõe dar uma paz que resiste a todas as circunstâncias. “Não se perturbe nem se intimide o vosso coração” (vv 27-28). Ser cristão não é viver com medo. É viver na paz. A paz prometida por Jesus tranquilizará os seus discípulos no meio de perseguições que irão sofrer devido ao anúncio da Boa Nova. A Paz que Jesus dá ao Mundo, a partir dessa verdade, não é a paz do comodismo, da ausência dos problemas, das dificuldades e desafios. A paz de Jesus é a paz que se alcança com as armas da justiça, do respeito, da compreensão, do perdão e da fraternidade. A Paz significa essa presença de Deus na nossa vida, por isso, o nosso coração não se deve perturbar nem ter medo.

Que saibamos durante a nossa vida acolher a Boa Nova, amar e construir uma comunidade que testemunha a fé, a paz, a alegria e a entrega dócil à ação do Espírito Santo.

Pistas de Reflexão

  • Como encaro as dificuldades na minha vida cristã?
  • Será que sou instrumento de paz na minha família?

Desejo-vos uma excelente semana.
Pe. Andrew Prince Fofie-Nimoh