As leituras deste XIX domingo do Tempo Comum convidam-nos aos temas da fé e da espera vigilante. Como saber esperar com fé pela chegada do Senhor à nossa vida? A fé é a força que conduz à vida. A leitura do Livro da Sabedoria refere-se à primeira noite de Páscoa dos israelitas no Egito, quando foram libertos. Então eles receberam a promessa da Terra Prometida, profecia da pátria do céu que nós, baseados na fé, ansiamos. A segunda leitura é um louvor da fé, fundamento e garantia daquilo que esperamos sem ver. “A fé é um modo de já possuir o que ainda se espera, a convicção acerca de realidades que não se veem”. Na fé, já possuímos; na fé, já tocamos com as mãos aquilo que o Senhor nos prometeu e nos preparou. Além disso, nas leituras de hoje, Jesus propõe algumas atitudes fundamentais concretas aos Seus discípulos para viverem a fé e estarem atentos.

O Evangelho, por seu lado, lança-nos um convite consolador e corajoso: “Não temas, pequenino rebanho, porque aprouve ao vosso Pai dar-vos o reino”. Apesar de poucos, os discípulos nada têm a temer, pois foram admitidos no Reino de Deus que é indestrutível (cf. Lc 1, 33). Depois pede-nos uma vigilância fiel e uma atenção constante à chegada de Cristo. A comunidade deve estar sempre consciente e pronta para agir e para isso torna-se indispensável a vivência do projeto de Deus. Isto é, cada cristã deve assumir seriamente o seu compromisso com Jesus.

O Evangelista São Lucas reúne no Evangelho três parábolas ligadas ao tema da vigilância. Na primeira parábola, apresenta-nos o episódio de um Senhor que regressa a casa com a noite adiantada e encontra os seus servos vigilantes. A segunda, tem a ver com o ladrão que, de forma sempre inesperada, assalta a casa e, finalmente, a terceira trata-se de administrador fiel e prudente que está sempre pronto a prestar ao seu Senhor contas da sua administração.

O cristão deve conservar as lâmpadas acesas, os rins cingidos e a túnica dobrada. O que é que temos que fazer, ou seja, como devemos viver enquanto aguardamos esta vinda do Senhor? Partilhar com quem não tem, construir o nosso tesouro no céu, o desapego e a confiança nos bens materiais. Temos que andar vigilantes a fim de não deixar escapar este momento necessário da nossa existência. Devemos, portanto, vigiar, rezar e praticar o bem. O desapego dos bens perecíveis, o coração fixo na alegria da salvação e a vigilância permanente, constituem as atitudes da esperança constante do cristão.

Oremos para que Deus nos conceda a coragem e o espírito de radicalidade para acolher na fé os ensinamentos sobre o Reino.

Pistas de Reflexão

  • Como avalio a minha vida face à parábola do administrador fiel e prudente?
  • Qual é a ordem dos meus valores? Quem ocupa o primeiro lugar na minha vida? Deus, o dinheiro, os problemas?

Desejo-vos uma boa semana e boas férias!
Pe. Andrew Prince Fofie-Nimoh