Ser cristão significa assumir um compromisso com Jesus em cada segundo da vida. Isto significa que ninguém pode ser cristão por conveniência, ou seja, a existência de um cristianismo à medida, selecionando de Jesus os aspetos que nos agradam, deixando outros de lado. Temos que nos apaixonar por tudo que fazemos e sentimos para Cristo. O verdadeiro amante procura estar sempre disponível para o amado, em todas as circunstâncias.

No Evangelho deste domingo, somos convidados a refletir sobre as condições, as exigências do discipulado ou de ser cristão. Jesus está a caminho de Jerusalém. Uma viagem que vai culminar na Sua morte e ressurreição. Durante esta viagem, Ele vai apresentando o modelo cristão, ou seja, o modo cristão de viver e de aceitar as contrariedades da vida. Por isso, hoje o Senhor ilustra-nos, em linguagens duras e claras, quem pode ser o Seu discípulo. Jesus apresenta três condições muito exigentes e que não são dialogáveis:

A primeira condição é a seguinte: se alguém vem ter comigo, e não me preferir ao pai, à mãe, à esposa, aos filhos, aos irmãos, às irmãs e até a própria vida, não pode ser meu discípulo. (v.26). Jesus chama a atenção para a necessidade de ter a escala de prioridades na vida cristã. O que é que deve ocupar o primeiro lugar na nossa vida? São os nossos bens? O afeto familiar? As relações de amizades? Devemos entender que só Jesus é prioritário e todos os outros planos e pessoas ficam em segundo lugar, porque só Ele nos pode dar o sentido à vida e a felicidade que desejamos.

A segunda condição é referente à tomada da cruz (v.27): Quem não toma a sua cruz para me seguir, também não pode ser meu discípulo. Para se ser cristão deve-se estar disponível a testemunhar a fé, até com a própria vida. As cruzes da vida são indispensáveis na caminhada do cristão. Entre elas estão os insultos, a discriminação por causa da nossa fé, as difamações, etc. Temos que nos lembrar sempre das bem-aventuranças “Bem-aventurados sereis quando por minha causa vos insultarem, vos perseguirem e mentindo disserem todo o mal contra vós, alegrai-vos e exultai porque a vossa recompensa está nos céus”.

Por fim, Jesus apresenta a terceira condição dizendo: Quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu discípulo (v.33). Esta condição ensina-nos que o seguimento de Jesus pressupõe a renúncia de tudo. A comunidade cristã deve colocar no seu centro o espírito de partilha, de solidariedade e disponibilidade. O egoísmo e o comodismo devem dar lugar a estas virtudes. Jesus ensina-nos sobre as exigências do discipulado e ensina-nos que a condição essencial para o verdadeiro discipulado, exigida por Cristo, era e ainda é a dedicação total, o compromisso total de si mesmo a Ele.

No seguimento de Jesus, sendo uma entrega total e sem duração, somos convidados a ponderar as nossas opções e a tomar as melhores decisões. Para isso, Jesus intercalou o ensinamento com duas parábolas. As parábolas ensinam-nos a preparar e a compreender as implicações na nossa escolha em sermos discípulos ou cristãos.

Que o Espírito Santo abra os nossos corações para compreendermos a necessidade de nos dedicar-mos ao anúncio da Boa Nova e de vivermos essencialmente a nossa vocação cristã com amor e disponibilidade.

Pistas de Reflexão

  • Como devo viver a fé cristã na minha Comunidade Paroquial?
  • Olhando ao mundo do hoje, o que é que identifico como obstáculos à vivência da fé cristã?
  • Será que estou disposto a colocar Jesus em primeiro lugar nos meus projetos de vida?

Desejo-vos um bom início do Ano Pastoral e que o Espírito Santo nos ilumine no cominho conjunto.
Pe. Andrew Prince Fofie-Nimoh