O tempo do Advento prepara-nos para acolhermos uma proposta que vem do céu, uma mensagem que unifica e alegra, um convite a entrar no Reino de Deus. Para concretizar este sonho, ou para ele se tornar uma realidade, temos que criar condições e melhores disposições para o acolhimento d’Aquele que vem.
Neste II domingo do Advento, com a ajuda de João Batista, o percursor, o Evangelho convida-nos à mudança de coração e mentalidade: arrependei-vos porque está perto o Reino dos Céus. Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. Assim, João Batista lança-nos um convite a regressarmos à casa onde fomos felizes (aliança com o Senhor / coração de Deus). Ele convida-nos à penitência, ao arrependimento em relação aos nossos caminhos mal andados, para que nos lancemos pelos caminhos de Jesus, que levam ao Pai. Portanto, o tema central para este domingo é a Conversão.
A conversão (metanoia) significa mudar da atitude e de comportamentos. Ou seja, deixar algo para abraçar os valores que nos conduzam ao Reino de Deus. Para isso, só há mesmo um caminho: a conversão. A Conversão significa colocarmos os nossos passos nos passos de Jesus e este é um aspeto fundamental na vida cristã. Quando nos afastamos deste caminho, cumpre-nos reconhecer o erro e a nos dispormos a receber o Dom de Deus que perdoa sempre, que é infinitamente misericordioso e oferece a cura espiritual no Sacramento da Reconciliação. O tempo do Advento é um bom momento para acolher este convite à mudança interior. Podemos também agradecer ao Senhor pela Sua misericórdia para connosco, perdoando tantas vezes os nossos pecados. Por isso, as palavras duras utilizadas no Evangelho – “O machado já está posto à raiz das árvores. Por isso, toda a árvore que não dá fruto será cortada e lançada ao fogo” (vv. 9-10) – servem e convidam-nos à esperança e confiança num Deus misericordioso.
A conversão implica a necessidade de viver a nossa identidade verdadeira e não fingir viver uma vida falsa e hipócrita como os Fariseus, os quais Jesus referiu como raça de víboras. Por isso, adverte Jesus, “Praticai ações que se conformem ao arrependimento que manifestais” (vv. 7-8). Devemos produzir frutos conformes àquilo que somos. Seremos, deste modo, um verdadeiro testemunho de fé.
Peçamos ao Senhor a graça de podermos reconhecer a nossa própria fragilidade e de procurarmos o crescimento espiritual que nos possa ajudar a viver os valores do Reino de Deus.
Pistas de Reflexão
- Em que caminho trilho na minha vida?
- Como posso viver de modo a produzir frutos adequados, conformes ao Reino de Deus?
Desejo-vos uma excelente semana e um frutuoso Tempo do Advento!
Pe. Andrew Prince Fofie-Nimoh