A sede é uma necessidade fundamental de cada ser vivo e sem água ficamos desidratados, correndo o risco de sofrermos de várias doenças porque o organismo deixará de funcionar de melhor forma. Isto indica que água é indispensável para a vida dos seres vivos. O Evangelho deste III domingo da Quaresma relata um grande diálogo de Jesus com uma mulher Samaritana e o tema deste encontro é a sede. Neste primeiro escrutínio dos Catecúmenos para a celebração do Batismo, são conduzidos hoje a fazer esta experiência com Cristo, que é a Água-Viva.

No encontro de Jesus com a samaritana, existem 3 imagens que me chamam atenção: o poço, a água e o balde (cântaro) que a mulher levava. No Evangelho, a sede traz uma mulher pecadora e o seu povo renegado para mais perto de Deus.

O encontro acontece ao redor do poço. O Poço de Sicar é identificado pelo povo como o lugar onde a Humanidade se encontra com o seu esposo. É também visto como um lugar de noivado. Basta ler os capítulos 24 e 29 do livro do Génesis, onde estão relatados os casamentos de Isaac com Rebeca e o de Jacob com Raquel. Além disso, em Êxodo 2, vemos onde se prepara o casamento de Moisés e Séfora. No entanto, o poço é também o símbolo da Lei e das instituições judaicas. Podemos concluir que o poço é um lugar de encontro e neste Evangelho, Jesus, com sede, pede água de uma mulher também com sede que vinha buscar água. É neste contexto que nasce o diálogo de Jesus com a mulher Samaritana. Este encontro rompeu as barreiras étnico-geográfico e quebrou qualquer atitude de preconceito racial. Ele iluminou a vida e a fé da mulher samaritana, abriu-lhe o coração. Devemos, como a mulher samaritana, sentir a nossa sede e procurar o lugar onde podemos saciar esta necessidade fundamental.

Em segundo lugar, quem tem sede procura água para beber. Mas a água que Cristo oferece à mulher samaritana é a água-viva, aquela que mata a sede para sempre e que renova a vida da humanidade. É o próprio Cristo e a Sua palavra.

Em último lugar, apresentamos a imagem do balde ou o cântaro. Quando a mulher descobriu que era Jesus, o Enviado, depois de tantas interrogações, atirou com o seu balde e foi anunciar aos outros. O encontro mudou a vida da mulher samaritana, atirou o seu passado mal vivido (ideologia, idolatria, má vida, …) e ganhou confiança em Cristo.

As três imagens sugestivas supramencionadas sintetizam aquilo que o Senhor nos pede, como cristãos, neste tempo da Quaresma: Precisamos de um encontro com Cristo, a fonte da água-viva. Temos de entrar na Sua vida, assumindo um compromisso com Ele. Para tal é necessário deitar fora todos os obstáculos para nos dedicarmos ao anúncio da Boa Nova.

Peçamos ao Senhor para que nos conceda uma verdadeira conversão interior e que, pelo exemplo da Samaritana, nos possa convidar a expressarmo-nos do seguinte modo: “Jesus, dá-nos aquela água que nos saciará eternamente”.

PISTAS DE REFLEXÃO

  • Será que encontro em Cristo a água-viva?
  • Como posso saciar a minha sede de amizade e comunhão com Deus?
  • Quais são as ânforas que me pesam, que me afastam de Deus?

Votos de uma boa semana para todos.
Pe. Andrew Prince Fofie-Nimoh