Celebramos o VI domingo da Páscoa e o Evangelho apresenta-nos uma realidade concreta e prática que toca muitos aspetos da nossa vida. Jesus aprofunda dois temas fundamentais da vida cristã. Fala da promessa do Paráclito que o Pai enviará para junto dos discípulos e expõe a única condição essencial para estarmos unidos a Cristo e entrarmos na intimidade com a Santíssima Trindade: a condição do amor. Ele é a chave para toda a nossa relação com Deus. Por isso, afirma Jesus, «se alguém aceita os Meus Mandamentos e os cumpre, esse realmente Me ama. E quem Me ama será amado pelo Meu Pai e Eu amá-lo-ei e manifestar-Me-ei a ele».

O amor autêntico manifesta-se nas obras. Com isto, Jesus ensina-nos que não amamos apenas em palavras, sentimentos ou lembranças, mas também em escuta e obediência aos Seus ensinamentos. Cumprir os Mandamentos e amar são a mesma coisa ou as duas faces da mesma moeda. Com amor, damos testemunho de Jesus e demonstramos a nossa fé Nele. O amor por Jesus leva-nos a viver os mesmos valores de Jesus e a nos comportarmos como Ele. Jesus tinha consciência do esforço necessário para guardar os Seus mandamentos, mas Ele garante que teremos uma ajuda inestimável: “e Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará um outro defensor, para que permaneça sempre convosco” (v. 16). O Espírito Santo é o nosso advogado de defesa, é o grande construtor de pontes entre nós, uns com os outros, e com Deus. O Espírito Santo auxilia os cristãos a morrerem pelos seus preconceitos, ódios, divisões e egoísmos. Assim nascerá em nós a vida plena e o espírito de entrega ao projeto de Deus. O Espírito da verdade estará com quem observa os Seus mandamentos.

Além disso, embora a promessa do envio do Paráclito seja uma verdade, só pode ser acolhido por quem está em sintonia com Cristo, com os Seus projetos e com as Suas obras de amor.

Como cristãos temos de estar conscientes que nos momentos das dificuldades e das incertezas não poderemos desencorajar, desesperar e não poderemos perder a tranquilidade, pois o Paráclito está sempre connosco. Com este discurso, Jesus quer dar esperança à Sua comunidade que está preocupada em como realizar essa missão tão difícil quando Ele não estiver mais fisicamente presente. Como superar o medo, quando Jesus não estiver mais com os Seus seguidores? E quando vierem as perseguições? E Jesus diz: “Não vos deixarei órfãos” (14,18). “O Meu Pai dará outro advogado ou defensor, a fim de que Ele esteja para sempre convosco” (14,16).

Que o Senhor nos conceda a graça de podermos acolher com boa disposição o Espírito da Verdade e remodelar a nossa vida seguindo as Suas indicações. Que sejamos abertos ao Espírito Santo.

PISTA DE REFLEXÃO

  • Durante esta semana procuremos meditar sobre a seguinte pergunta: como posso manter uma relação de amizade profunda com o Espírito Santo?

A todos desejo uma excelente semana.
Pe. Andrew Prince Fofie-Nimoh