Escutamos e meditamos neste domingo XV do Tempo Comum a parábola da Semente e do Semeador. Esta parábola convida-nos a fixar o nosso olhar sobre a importância de uma boa disposição para com a escuta da Palavra e a necessidade de cultivar gestos interiores dignos para a frutificação da mesma Palavra.
O Evangelho deixa-nos claro que na vida existem obstáculos e desafios que procuram impedir o crescimento da Palavra na vida dos cristãos e para isso, é preciso cuidar. Estes impedimentos são, de uma certa forma, conflitos dos quais o cristão terá de lutar incansavelmente para os vencer.
Na parábola do Semeador, a semente é sempre boa, o único problema ou obstáculo é com o terreno. A semente possui em si todos os sinais de vida. Isto é, o crescimento da semente depende muito do terreno que a recebe. Por isso, é indispensável o cuidado do terreno para garantir que as sementes darão frutos abundantes. Uma boa semente requer um campo trabalhado com cuidado e constância.
São descritos no Evangelho quatro tipos de corações com quatro tipos de terrenos: um coração bom com o terreno de um caminho, um coração inconstante com o terreno pedregoso, um coração inquieto com o terreno espinhoso e, finalmente, um coração bom com o bom terreno que produz muitos frutos.
Devemos, portanto, cuidar bem o nosso coração para podermos acolher de forma agradável e serena a Palavra de Deus. A Palavra de Deus é o meio pelo qual Deus comunica connosco e nos chama à conversão. Alguns dos obstáculos a tomar consciência são os seguintes: os cuidados e as tentações das riquezas, o desânimo perante as perseguições por causa da Palavra e uma fé superficial. Para poder dar frutos desejáveis, teremos que cuidar bem o nosso terreno (coração) porque a Palavra de Deus (semente) é sempre eficaz e produtiva, tal como diz o Profeta Isaías na primeira leitura quando a compara com a chuva e a neve que caem do céu e não voltam para lá sem terem regado a terra, sem terem realizado a sua missão.
Peçamos ao Senhor que a Palavra escutada e meditada interpele a nossa vida e nos convide a criar uma intimidade com Deus. Por isso, «toda a Escritura é divinamente inspirada e útil para ensinar, para corrigir, para instruir na justiça: para que o homem de Deus seja perfeito, experimentado em todas as obras boas» (Tim. 3, 7-17).
Pistas de Reflexão
- Que tipo de terreno sou?
- Quais são os obstáculos na minha vida que impedem o meu crescimento na fé?
- O que é que posso fazer para vencer os impedimentos?
- Que lugar tem a escuta da Palavra de Deus na minha vida?
Votos de um bom domingo e uma boa semana para todos!
Pe. Andrew Prince Fofie-Nimoh
