Na existência humana é indispensável o discernimento. Por isso, antes de qualquer compromisso ou iniciativa, havemos de pensar ou refletir sobre os benefícios e as consequências do mesmo. A nossa decisão ou opção só será feita depois de um bom memento do discernimento se realmente buscamos o êxito dos nossos afazeres. Como podemos encontrar o verdadeiro caminho de paz e de felicidade sem discernimento? Creio que nunca será possível sem um verdadeiro discernimento.

No Evangelho deste domingo XVII, Jesus conta-nos três parábolas sobre o Reino dos Céus: a do tesouro escondido no campo, a da pérola de grande valor e, por fim, a parábola da rede lançada ao mar. As três parábolas acentuam a necessidade do discernimento e de uma decisão radical pelo Reino dos Céus. Ou seja, discernir e assumir uma posição. As duas primeiras parábolas sublinham o valor inestimável do Reino, que ultrapassa de longe todos os bens que o Homem pode possuir. Perante o valor do Reino, somos convidados a discernir. E isso requer a sabedoria e a coragem de arriscar para fazer um investimento fundamental na vida. Como disse o Santo Padre «o discernimento é uma forma de busca, e a busca deriva sempre de algo que nos falta, mas que de certo modo conhecemos, intuímos.

Nas três parábolas, destacam-se a alegria do homem quando encontrou o tesouro escondido no campo e a pérola preciosa. Abandonou tudo e foi a procura desta única substância com valor. Devemos descobrir através do discernimento o que é que tem valor na nossa vida. O Reino dos Céus é algo incomparável e que vale a pena apostar tudo nele. O Reino dos Céus é um bem incalculável, oferecido por pura gratuidade, mas que exigirá a renúncia de todos os outros valores que podem querer tomar conta do nosso coração. Com estas parábolas, Jesus indica aos discípulos que para O seguirem deverão fazer do Reino de Céus o centro das suas vidas, como sua prioridade fundamental e vital.

Na terceira parábola, sobre a rede lançada ao mar, Jesus faz-nos perceber que há tempo para tudo. A comunidade cristã tem a obrigação de acolher, ensinar, instruir sobre o Reino de Deus. Este não é um lugar de julgamento nem de marginalização.

Em suma, o Evangelho de hoje convida-nos a discernir sobre as nossas prioridades neste mundo e estabelece o facto de que Deus vale mais do que tudo deste mundo. Temos de ter coragem e um coração dócil para caminhar com Ele. Sejamos corajosos para apostar tudo que temos para o bem da Humanidade e alcançar o Reino dos Céus. O discernimento ajuda-nos a tomarmos melhores decisões e a aproximarmo-nos a Cristo, fonte da nossa alegria.

PISTA DE REFLEXÃO

  • Quais são as minhas prioridades na vida? Que lugar ocupa Deus e qual o meu compromisso na Sua Igreja?

Votos de uma boa Jornada Mundial da Juventude para todos!
Pe. Andrew Prince Fofie-Nimoh