Fique a conhecer melhor o nosso pároco numa entrevista recente ao Jornal da Diocese, a Voz da Verdade.
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De Vila Pouca ao Altar foi uma longa etapa. Percorreu quilómetros e quilómetros pelos caminhos da Missão: Silva Porto e Nahrea, em Angola; Bajob e Caió, na Guiné-Bissau; Braga, Régua, Coimbra e Lisboa, em Portugal. Está, desde 2004, na Paróquia de Tires. A 8 de Dezembro celebra o Jubileu de Prata desta Comunidade, que desde os começos é marcada pela Missão Espiritana.
De Vila Pouca ao Altar…
Nasceu a 20 de Agosto de 1938, em Trás-os-Montes, mas nunca celebrou o aniversário, porque a Mãe faleceu no parto. Bem cedo entrou no Seminário de Godim, na Régua. A caminhada rumo ao sacerdócio fez-se sem sobressaltos. Após o Noviciado, fez a Profissão Religiosa, em Barcelos. O Seminário da Torre d’Aguilha, em Cascais, acolheu-o para os estudos de Teologia. A Ordenação Sacerdotal foi em 1963, durante o Concílio Vaticano II.
No coração de Angola
Como quase todos os Missionários Espiritanos de então, o P. Magalhães sonhava com a nomeação para Angola. Este sonho tornou-se realidade em 1964, indo parar a Silva Porto, hoje Kuito-Bié. Ali viveu sete anos intensos de vida missionária, primeiro no Seminário Diocesano e, mais tarde, numa das Missões mais interiores da Diocese: Nharea.
Formador em Portugal
Quando Angola lhe enchia as medidas eis que, em 1971, é chamado a Portugal, sendo enviado para o Seminário do Fraião, em Braga, onde foi Superior e professor. Dez anos depois, pediam-lhe uma Missão exigente: ser Mestre de Noviços. Assim, foi enviado a Coimbra onde arrancou com um Noviciado de quatro jovens. Foi um tempo marcado pela aposta na Espiritualidade e Vida de Comunidade. Foi o meu Mestre de Noviços, de quem guardo gratas recordações.
Com os Manjacos na Guiné
A Guiné-Bissau seria o ponto de partida de mais uma missão de fronteira. Era sabido que este país lusófono estava na cauda de todas estatísticas e indicadores políticos, económicos e sociais. É um país pobre e sem estabilidade. O interior estava (como ainda está) muito abandonado à sua má sorte. O P. Magalhães ali esteve quatro anos muito difíceis, sobretudo por causa do clima e dos problemas de saúde que iam aparecendo e fragilizando. Esteve sempre em território Manjaco, nas Missões de Bajob e de Caió. Em termos religiosos, a quase totalidade da população é animista, seguindo as Religiões Tradicionais. O contexto é de primeira evangelização, com uma aposta forte nas áreas sociais (saúde, educação, desenvolvimento…) e de presença amiga junto de um povo que é hospitaleiro e acolhedor. Há já uma pequena comunidade cristã que faz caminho com os Missionários e as Missionárias do Espírito Santo.
Animação Missionária
O Seminário de Godim acolheu-o, em 1992, depois desta experiência missionária na Guiné. Foi um tempo de recobrar energias e saúde e de se dedicar à Animação Missionária em Trás-os-Montes e Alto Douro. Dali regressaria a Coimbra, percorrendo as extensas Dioceses do Centro do país, lançando apelos à Missão.
2004 marca o seu regresso à Comunidade da Torre d’Aguilha, onde estudou Teologia e onde foi Ordenado. Desta comunidade, parte todos os dias (e algumas vezes cada dia!) para Tires, a Paróquia que lhe foi confiada e que celebra, neste 8 de Dezembro, 25 anos de existência.
Pároco de Tires
Tires é uma Paróquia humilde, que nasceu de uma comunidade que foi crescendo com famílias vindas do norte, do interior e do sul do país, que tentavam vir para Lisboa arranjar trabalho e foram construindo neste área. Foi D. António Ribeiro quem criou a Paróquia e quem presidiu à primeira Eucaristia. Hoje, tem dois centros de Culto (a Igreja Paroquial, em Tires, e a Capela de Caparide), possui ainda um Centro Comunitário com diversas valências (idosos, creche….). Na área da Paróquia está o centro Prisional de Tires, cujos cuidados pastorais estão confiados ao P. Agostinho Brígido, também Espiritano.
Bodas de Prata…
O Programa das Festas Jubilares abriu em Agosto, por ocasião do aniversário do P. Agostinho Pereira da Silva, primeiro Pároco, que tem uma grande avenida que liga as duas Paróquias onde ele trabalhou intensamente: S. Domingos de Rana e Tires. Houve uma Eucaristia Solene. Agora que a data do Jubileu de Prata se aproxima, todas as forças vivas, todos os Movimentos vão reunir para reflectir e rezar, ajudados pelos Padres Simon, Miguel Ribeiro e Hugo Ventura, o único Padre natural da Paróquia. Na noite do dia 7 haverá um Vigília Missionária (21h) e, na Solenidade da Imaculada Conceição, o Cónego Tito presidirá, em nome de D. José Policarpo, à Eucaristia das 11h.
Perfil
1938 – Nascimento em Três Minas, Vila Pouca de Aguiar
1958 – Profissão Religiosa na Silva, Barcelos
1963 – Ordenação Presbiteral na Torre d’Aguilha, Cascais
1964 – Missão em Silva Porto, Angola
1971 – Formador em Portugal
1988 – Missão com os Manjacos na Guiné
1992 – Animador Missionário em Portugal
2004 – Pároco de Tires, em Cascais